— Que o amo.
— O ama? Mesmo depois de tudo o que ele lhe fez? Mesmo depois de ter partido sem avisar? Mesmo depois de tê-la deixado aqui, sozinha e sem notícias?
— Sim.
— Não consigo entender…
— Eu sei… Mas deixe-me lhe explicar… Por meses tudo o que eu tinha vontade de fazer era ficar em casa, na cama, sem comer, sem beber.Estava tentando sobreviver, mas quanto mais eu tentava mais difícil parecia ser. Sempre fui meio masoquista, e ao invés de tentar me reerguer eu escutava músicas tristes, as nossas músicas… Revia fotos, os e-mails e tudo o que restou dele aqui, e sabe o que percebi?
— O que?
— Percebi que valeu apena. Tudo. Os risos, lágrimas, ciúmes, discussões, noites sem dormir, dias trocados, papéis rabiscados, travesseiros molhados, cada conversa e cada decepção… Tudo. Exatamente tudo valeu apena. Eu daria qualquer coisa para poder voltar e reviver apenas um segundo que estive com ele. Mesmo tendo partido, o aceitaria de volta, porque eu não só preciso dele, eu o necessito, mesmo que só como amigo. Porque no fim nossa relação sempre foi assim, meio sem sentido.
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